quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Comentário do Evangelho do Dia, por Elian Bantim

Mc 5,21-43

Jesus [...]estava à beira-mar. Veio um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Vendo Jesus, caiu-lhe aos pés e suplicava-lhe: "Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe as mãos sobre ela para que fique curada e viva!" Jesus foi com ele. Uma grande multidão o acompanhava e o apertava de todos os lados. Estava aí uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragias [...], aproximou-se, na multidão, por detrás e tocou-lhe no manto. Ela dizia: "Se eu conseguir tocar na roupa dele, ficarei curada". Imediatamente a hemorragia estancou. [...] Jesus percebeu que uma força tinha saído dele e, voltando-se para a multidão, perguntou: "Quem tocou?" Os discípulos disseram: "Tu vês a multidão que te aperta, e ainda perguntas: 'Quem me tocou?'" [...] A mulher [...] caiu-lhe aos pés e contou a verdade. Jesus disse à mulher: "Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica livre da tua doença". [...] Chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga dizendo: "Tua filha morreu. [...] Jesus disse ao chefe da sinagoga: "Não tenhas medo, somente crê". [...]. Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus [...] perguntou: "Por que [...]chorais? A menina não morreu, ela dorme". [...] Afastando a multidão,[...]entrou onde estava a menina. Pegou a menina pela mão e disse-lhe: "Talitá cum!" (que quer dizer: "Menina, eu te digo, levanta-te"). A menina se levantou e começou a andar - já tinha doze anos de idade. Ficaram extasiados de tanta admiração. Jesus recomendou com insistência que ninguém soubesse do caso e falou para que dessem de comer à menina. 


                                   

Este Evangelho pode ser resumido em uma palavrinha de significados grandiloquentes: FÉ. 

São duas situações, dois momentos, mas que deságuam na mesma perspectiva. Vejamos. De um lado, o chefe da sinagoga com a filha enferma. Do outro, a mulher possuída de uma hemorragia fazia doze anos. Falando em doze, esse número aparece duas vezes neste Evangelho, sempre relatando questão de tempo, de anos. Mas esse pormenor deixemos para comentar em outra oportunidade.

Pois bem, o chefe da sinagoga, com certeza,  já devia ter esgotado todos os recursos para salvar a filha, médicos, medicamentos, curandeiros etc. Então, vendo que não havia solução, lembrou-se de Jesus de Nazaré, aquele que estava sempre na sinagoga proclamando a Palavra do Pai. Deve ter pensado consigo: "Ora, aquele tal homem diz ser o Filho de Deus e também já ouvi falar de várias curas por Ele sanadas, quem sabe o tal Cristo não salve minha filhinha? Vou até ele. 

E lá se foi o chefe fazer o pedido a Jesus, que após súplica veemente o atende. Quando seguiam para a casa de Jairo, alguns da casa chegam até eles afirmando que a menina já havia morrido. Jesus, enfaticamente, diz ao homem: "Não tenhas medo, somente crê". E chegando a casa encontraram a jovem deitada, Jesus a pegou pela mão asseverando: "Menina, eu te digo, levanta-te" E assim, a menina levantou-se e andou e logo em seguida Jesus pediu que a alimentassem. Meus irmãos, quantas vezes somos postos à prova. Jesus pede apenas a nossa confiança e, quando essa confiança se instala, chegam esses “alguns” e nos tiram da direção. Como se dissessem, não tem mais jeito tua vida, não tem mais jeito teus problemas, não tem mais jeito teus pecados. E aí nosso Pai amado vem, nos tira do poço de nossas decepções e diz: LEVANTA-TE. Basta apenas que tenhamos fé, mesmo que do tamanho de um grão de mostarda.

A mulher com hemorragia, no meio da multidão, infiltrou-se ali e tocou no manto do Mestre. Sua fé era imensa, tanto é que ela mais que depressa pensou: Se eu tocar em seu manto serei curada. E repentinamente a hemorragia estanca. Mas Jesus percebe que alguém diferente o havia tocado, não foi um toque qualquer das pessoas que o comprimiam, foi um toque de esperança, um toque de certeza, um toque de amor. E, com mais amor ainda, Jesus proclama: “Filha, tua fé te salvou.” Quantas vezes deixamos de ser curados porque não depositamos total confiança no Senhor, quantas vezes morremos para a vida porque não temos coragem suficiente para TOCAR no salvador do mundo. E, a cada dia, Ele nos chama para perto d’Ele, nos chama para nos aconchegarmos em seus braços. Bendigamos o Senhor em toda vida.

Assim seja!

Elian Bantim

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sobre o livro: A grande jogada, de Celso Antunes



Somos sabedores que o conhecimento não é, em nenhum momento, entendido como algo terminado. Ele se constrói pela interação do indivíduo com o meio social, e vai se concretizando por força de sua ação. É importante que nós, docentes, sejamos pedras fundamentais na construção do alicerce do saber dos nossos pupilos, orientá-los e erigirmos juntos o conhecimento. Se o saber fosse construído isoladamente não seria necessário escolas. Nenhum ser humano nasceu para viver isolado, muito menos quando se fala de educação. O livro de Celso Antunes é uma grande fonte de sabedoria, principalmente no que diz respeito ao fortalecimento da autoestima dos nossos alunos, nos mostra também que é nosso dever fazê-los protagonistas de sua própria aprendizagem.

Profa. Elian Bantim

Homenagem

Salgado Maranhão e Elian Bantim
 
O Eminente das Letras
 
Hoje nossa pequena Coelho Neto teve a incomensurável honra de receber o grande Artesão das Letras, Salgado Maranhão, para o 3º Salão do Livro (SALICON). Não quero aqui descrever minuciosamente sua fulgente biografia, muito menos elencar sua vasta obra, quero mesmo, com linguagem simples, expor o que de esplêndido vi neste bardo maranhense (caxiense), cuja brandura encantou a todos.

Tenho sempre comigo o tenaz pensamento de que somente os pequenos são capazes de não perder a humildade ante o sucesso, e Salgado Maranhão nos mostrou isso através das suas várias atitudes, quando abordado para fotos, perguntas, elogios e honras.

Nosso poeta, posso dizer nosso porque ele faz parte da história maranhense, é de uma sensibilidade extrema. Seus versos possuem vida e por pouco não saltam do papel, as palavras são tão bem alinhavadas que nem mesmo o passar dos anos a deixam puídas. Escreve com uma elegância impecável, que o diga Ferreira Gullar: "Salgado é um dos mais brilhantes poetas de sua geração e possui um trabalho de linguagem muito especial".

Homem danado de bom esse Maranhão, que salga o chão por onde pisa e deixa rastro de comida temperada, salgada com pura eficiência de um “chef” das Letras. E saborear um prato de seus poemas não é tão fácil, não. A linguagem é lapidada ao máximo, desnudada, vestida, provada e milimetricamente posta para nosso deleite.

Para mim, ficou apenas o desejo fremente e silente de estar frente a frente no bate-papo do SALICON. A corrida contra o tempo não me oportunizou esse desejo, que ficará guardado esperando outros ventos soprarem na minha aldeia. Para ele, iria recitar, se não me houvesse traído o tal tempo, um poema meu intitulado Artesão, arte sã, que estará presente na seletiva de julho da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, o qual transcrevo:

Artesão, arte sã

O poeta é o artesão das letras
Tem o poder de moldá-las
Aprumá-las no papel, recortá-las

Versos, reversos, rimas, ritmos
Conectam-se conexos e coesos
Transformando palavras em sonhos
Transformando trevas em luz

Ó, Letras cândidas, charmosas, orgulhosas
São nossas armas e nosso chão
Nosso lamento e nosso pão
Útero fértil esperando vida

Elian Maria Bantim Sousa
13/07/2012

Homenagem

 

À Francinete, mais que uma amiga, uma irmã


Reconhecer em uma pessoa a bondade, a solidariedade, o altruísmo é muito difícil, principalmente nos dias de hoje onde tudo é feito por interesse, na base do "toma lá dá cá". No entanto, você que agora está lendo esse texto pode se alegrar, pois esse alguém, dotado com essas virtudes, existe e se chama Francinete Dias da Silva.

Há certas pessoas que me custa caro escrever sobre elas, porque não é qualquer adjetivo que se enquadra, tem que ser algo bem trabalhado, torneado, como o processo de lapidação de um diamante. Pessoas assim são bênçãos de Deus na vida de qualquer um. E minha família teve e tem o prazer em acolher a Francinete como mais um membro, no sentido real da palavra.

Mulher generosa, dotada de um coração imenso e de uma bondade indescritível. É impressionante como ela não mede esforços para ajudar a quem quer que seja. Pude concretamente perceber esses pormenores quando da perda do meu irmão, Valentim Neto, momento em que tomou nossas dores, nos sustentou nos ombros, cuidou da gente, mostrou-se prestativa desde o primeiro momento de dor, fazendo-se uma de nós. O que ficava veementemente claro era seu jeito prestativo e incansável de servir. Lembro-me agora das palavras de Cristo, quando disse aos discípulos: "Eu vim para servir e não para ser servido."

Nesta frase está centrada toda a sabedoria divina, que se humaniza em nós. Quem serve se coloca à disposição do outro, desprendido de qualquer interesse, serve porque tem em seu âmago o desejo, o prazer, a alegria. Tagore, escritor e poeta indiano, uma vez disse: "Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era uma alegria." Neste trecho se encontra a essência do servir, que ela, Francinete Dias, sabe e faz com toda maestria.

Obrigada por tudo, minha irmã.

Elian Maria Bantim Sousa

PENSAMENTOS DE MINHA AUTORIA

Mesclar leitura e escrita: eis os ingredientes básicos para alçar longos voos.